quarta-feira, 20 de março de 2013

Daniel Chimp: amor à primeira audição


Dezenove anos de idade e três de carreira. O apelido de criança virou nome artístico e a brincadeira virou coisa séria.
Estou falando de Daniel Chimp, um artista de Paraisópolis que conquistou fãs e prepara a gravação de seu primeiro CD, denominado ‘EUVIM’. O disco traz justamente a introdução de sua música e será composto por nove faixas inéditas.
As rimas sempre fizeram parte de sua vida que, sem pretensão o menino de skate nos pés soltava versos por onde passava. O primeiro contato com o estilo musical foi na quinta série durante um trabalho escolar: “foi amor à primeira audição”. Racionais Mc's foram a introdução ao rap em sua vida, com a música ‘A Vida É Desafio’: “virei a noite escutando o CD dos caras. Hoje faço Rap pra trazer à alguém a mesma sensação que tive quando ouvi esse estilo musical tão importante pra mim e pro meu país”, explica Daniel.
 Consciente das dificuldades e da pouca experiência, Daniel mantém os pés no chão e ainda não se deu conta da proporção que sua música alcançou.
O estilo reservado e o companheirismo são marcas que o artista deixa com os amigos.  
Inspirado em vários artistas, ele tem como principais: Sabotage, Racionais, Kamau, Criolo, Cazuza, Cássia Eller, Seu Jorge e Cartola.
Ele compara a inspiração a uma pessoa que só aparece quando quer e some sem avisar: “meu processo de composição é meio doido, cada vez a canção vem de um jeito, então não forço muito pra compor, deixo vir no meu ritmo”, conta ele. O melhor momento é durante a madrugada: “quando a cidade se cala minha arte fala”, explica. “Mas acredito que existe algo maior que me ajuda a escrever. Sinto isso”, confidencia o cantor.
Questionado sobre o preconceito aplicado ao estilo, Daniel diz que o rap jamais deixará de ser combatido: “é delicado admitir, mas somos influenciados por outros. Não só o Rap, mas tudo que almeja uma melhora, uma mudança drástica é visto com outros olhos, pois é algo diferente, novo. Mas, estamos caminhando”, afirma. Ainda segundo ele, essa marginalização do rap é disseminada por pessoas que visam apenas o lucro, a concorrência e a estagnação do próximo.                           
Apoiado pelos amigos e pela família, Daniel agradece a Deus pela carreira: “tudo aconteceu muito rápido e naturalmente”, diz.
O que o deixa feliz? “cantar, independente do tipo de canção. Seja Rap de amor ou de protesto. Sinto-me bem em show, sou viciado em palco”, conta ele. 

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