segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Greve nas federais completa três meses e segue sem previsão de volta


A greve das universidades federais completou três meses na última sexta-feira (17) no Sul de Minas e segue sem acordo entre governo e professores. Do total de 59 universidades, 57 aderiram à paralisação, além dos 37 institutos, centros de educação tecnológica e o Colégio Pedro II. Apenas a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não aderiram ao movimento. Porém, o início do semestre foi adiado devido à greve dos servidores.
A defasagem de funcionários impossibilita a realização de vários serviços básicos, como a manutenção de salas, banheiros, biblioteca, pagamentos de bolsas, internet, além de os institutos não conseguirem manter seus laboratórios com os técnicos atuais.
O início das aulas estava previsto para o dia 6 de agosto, mas apenas a pós-graduação retomou as atividades. Uma reunião foi marcada para discutir o assunto e ficou determinada a volta às aulas para o dia 27 de agosto.
Pedro Paulo Gonçalves, aluno de Física da UNIFEI, está aliviado com a notícia: “a greve dos servidores técnico administrativos afetou bastante o funcionamento da universidade”. Ele conta que serviços mais básicos, deixaram de ser feitos e o estado do campus ficou deplorável: “ouvi que está tudo sujo, não se encontram as chaves das salas, não há pincéis, apagadores, materiais para os professores ministrarem as aulas e os laboratórios estão todos fechados”, lembra o aluno.  
Durante o período de greve, o governo apresentou duas propostas e fechou um acordo de reajuste salarial com uma das entidades docentes, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes). No entanto, as outras duas entidades docentes – o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Tecnológica (Sinasefe), que iniciaram o movimento de greve – não aceitaram a proposta.
Por parte do governo federal as negociações estão encerradas e a exigência é para que os grevistas retornem às atividades e planejem um cronograma de reposição de aulas. Em contrapartida, Andes e Sinasefe pedem que o diálogo seja reaberto. Uma carta foi enviada à presidente Dilma Rousseff pedindo novas negociações. Enquanto os órgãos não acertam um acordo, algumas universidades votam o fim da greve.
Para Helloana Barbosa, estudante de farmácia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), sem aulas desde o dia 17 de maio, a sensação é de vida parada. “Não tenho como planejar nada, já era para eu estar no 7º período, mas nem terminei o 6º”, conta ela. Helloana, assim como milhares de outros alunos, teme perder o semestre por conta da greve.
Até o momento, a estudante não teve notícias da volta às aulas. “Na faculdade ninguém comenta nada. O que dá a entender é que está tudo normal, mas não está”, explica. Apesar dos prejuízos causados, ela se diz favorável à greve, pois acredita ser a única maneira de pressionar o governo, porém não concorda com a forma que a negociação é conduzida. “Os dois lados estão irredutíveis, não há acordo e com isso a greve continua e nós, estudantes, estamos cada vez mais prejudicados”, argumenta a aluna.

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