Há cerca de três anos, Érica Barros, formada em turismo e hotelaria
pela Faculdade de São Lourenço, decidiu estudar a vida das abelhas. No início
as pesquisas foram apenas para satisfazer a curiosidade já que esses animais
apareceram para ela em um sonho. Érica, na época morava em São Lourenço e
buscava iniciar no mercado de trabalho. A ideia era não ficar presa a serviços
burocráticos e sim buscar algo alternativo. “Não sabia nada sobre elas.
Pesquisei na internet sobre o tema e logo me encantei, ainda mais por ficar
sabendo que as abelhas estavam desaparecendo no mundo inteiro”, lembra ela.
Apaixonada pela vida das abelhas, ela expôs suas ideias para
alguns amigos da faculdade que prontamente uniram forças e deram início ao
projeto de criação desses animais: “montamos um apiário com 12 caixas em na
zona rural de Baependi, no Vale do Gamarra, localizado no entorno do Parque
Estadual Serra do Papagaio. Viramos apicultores”.
No início criaram as ‘Apis
mellifera’. O tipo mais comum, popularmente como africanizada ou européia.
Essa espécie foi sendo introduzida no Brasil pós descobrimento pelos ingleses,
espanhóis e portugueses.
No decorrer das pesquisas, cursos, congressos e seminários, e
cada vez mais inserida nos contexto, Érica descobriu a existência de outras
espécies de abelhas, como por exemplo, as abelhas indígenas sem ferrão. São nativas
e também conhecidas como ASF (Abelhas Sem Ferrão). De fácil manejo, a criação
dessa espécie não ex altamente medicinal.
A atividade que engloba a criação e manejo de ASF é chamado
de MELIPONICULTURA: no Brasil há mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão e
hoje meu trabalho está mais focado nelas”. Uma curiosidade interessante é que o
mel da Jataí tem comprovadamente o poder de paralisar e até mesmo diminuir a
catarata.
Todas as abelhas que
Érika cria são nativas da Serra da Mantiqueira como: tubunas (Scaptotrigona
bipunctat), Jatais (Tetragonisca angustula), Mandaçáias (Melipona
Quadrifasciata), Guaraipo ((Melipona bicolor) e Mirins (Plebeia droryana).
A criadora explica que hoje passamos por um processo chamado
Colony collapse disorder (CCD) que trata seriamente das causas do
desaparecimento desses insetos: “em abelhas não há polinização e sem
polinização não há frutos, sem frutos, não há alimento, sem alimento o ser
humano morre”. Ela cita como exemplo disso o que Einsten disse em uma
entrevista: “se as abelhas desaparecerem por completo da terra restarão apenas
quatro anos de vida para o ser humano”. Esses insetos acompanham o homem desde
o início da historia da humanidade, eram veneradas pelos egípcios e pelos
gregos como mostram as descobertas arqueológicas: “foi sabendo disso tudo que
não tive dúvidas que queria exercer a atividade da apicultura”, diz.
No dia três de outubro foi comemorado o dia delas e a melhor
época do ano para capturas de abelhas é a primavera. A atividade segue leis do
IEF e qualquer um pode fazer até 50 enxames. Os trabalhos desenvolvidos nessa área dão sequencia aos estudos
iniciados por Paulo Nogueira Neto, conhecido como o pai da
apicultura.
Quem tiver interesse em conhecer melhor o trabalho
desenvolvido pelos apicultores, basta entrar em contato pelo telefone (35) 9898
8166.
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