Dezenove
anos de idade e três de carreira. O apelido de criança virou nome artístico e a
brincadeira virou coisa séria.
Estou
falando de Daniel Chimp, um artista de Paraisópolis que conquistou fãs e prepara
a gravação de seu primeiro CD, denominado ‘EUVIM’. O disco traz justamente a
introdução de sua música e será composto por nove faixas inéditas.
As rimas
sempre fizeram parte de sua vida que, sem pretensão o menino de skate nos pés
soltava versos por onde passava. O primeiro contato com o estilo musical foi na
quinta série durante um trabalho escolar: “foi amor à primeira audição”.
Racionais Mc's foram a introdução ao rap em sua vida, com a música ‘A Vida É
Desafio’: “virei a noite escutando o CD dos caras. Hoje faço Rap pra trazer à
alguém a mesma sensação que tive quando ouvi esse estilo musical tão importante
pra mim e pro meu país”, explica Daniel.
Consciente das dificuldades e da pouca
experiência, Daniel mantém os pés no chão e ainda não se deu conta da proporção
que sua música alcançou.
O estilo reservado
e o companheirismo são marcas que o artista deixa com os amigos.
Inspirado em vários artistas, ele tem como
principais: Sabotage, Racionais, Kamau, Criolo, Cazuza, Cássia Eller, Seu Jorge
e Cartola.
Ele compara a inspiração a uma pessoa que só
aparece quando quer e some sem avisar: “meu processo de composição é meio
doido, cada vez a canção vem de um jeito, então não forço muito pra compor,
deixo vir no meu ritmo”, conta ele. O melhor momento é durante a madrugada:
“quando a cidade se cala minha arte fala”, explica. “Mas acredito que existe
algo maior que me ajuda a escrever. Sinto isso”, confidencia o cantor.
Questionado sobre o preconceito aplicado ao estilo,
Daniel diz que o rap jamais deixará de ser combatido: “é delicado admitir, mas
somos influenciados por outros. Não só o Rap, mas tudo que almeja uma melhora,
uma mudança drástica é visto com outros olhos, pois é algo diferente, novo.
Mas, estamos caminhando”, afirma. Ainda segundo ele, essa marginalização do rap
é disseminada por pessoas que visam apenas o lucro, a concorrência e a
estagnação do próximo.
Apoiado pelos amigos e pela família, Daniel
agradece a Deus pela carreira: “tudo aconteceu muito rápido e naturalmente”,
diz.
O que o deixa feliz? “cantar, independente do tipo de canção. Seja Rap
de amor ou de protesto. Sinto-me bem em show, sou viciado em palco”, conta ele.
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