sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A população de Paraisópolis foi às urnas, mas ainda não sabe quem assume a Prefeitura em 2013



O município de Paraisópolis é o único do sul de minas que mesmo após 10 dias da eleição, não conhece quem irá ocupar a cadeira do Executivo nos próximos quatro anos.
A situação foi ocasionada pelo indeferimento da candidatura de Wagner Ribeiro de Barros do PSB, por decisão da ministra Nancy Andrighi, na véspera da eleição.  O candidato venceu nas urnas com 50 votos a mais que a segunda colocada Sílvia Renata Teixeira Rodrigues do PT, mas até o momento está impedido pela justiça eleitoral de assumir o cargo em 2013. Ele entrou com um recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Wagner teve as contas de 2004 rejeitadas pelo TCU Tribunal de contas da União, quando exercia o 3º mandato de prefeito na cidade. O problema foi ocasionado por um atraso de 1.121 dias na prestação de contas que impediu o recebimento de verbas no município por um período. O valor do repasse era de R$17.293,94 do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar - PNATE. Na ocasião o político pagou uma multa no valor de R$5 mil mais correções, mas, após denúncia o nome do candidato a 4ª eleição acabou enquadrado na Lei da Ficha Limpa, como aponta a lista divulgada no site do Tribunal de Contas da União.
Wagão alega não ter conhecimento da lista e afirma não ter causado danos aos cofres públicos. No processo de número 002.623/2007-4, divulgado pelo TCU, consta como defesa, que o Departamento Municipal da Fazenda do Município não foi comunicado pelo FNDE, ou pelo BB, sobre a abertura de conta e depósito dos recursos referentes ao PNATE, tendo tomado ciência somente no final de 2005. Ainda de acordo com o processo, fato de o Departamento não ter tido ciência não desonera o Município de seus deveres.
Segundo os dados da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata Silvinha aparece como eleita com 5.856 votos válidos ou 91,09% da preferência, isso porque os votos do candidato Wagão que somam 5906, até o momento não foram computados.
De acordo com o juiz eleitoral dr. Ediberto Benedito Reis, a atual situação de Paraisópolis é indefinida perante a lei: “não há um eleito” e reafirma “o candidato Wagner foi o mais votado nas urnas, mas sua candidatura está impugnada”. A decisão passou primeiro por suas mãos, seguindo para Belo Horizonte e agora encontra-se em Brasília. O juiz diz que a expectativa é que o resultado seja anunciado dentro de um mês, porém caso até o dia 1º de janeiro não haja um parecer, quem assume temporariamente a prefeitura é o atual presidente da câmara dos vereadores.
Dependendo da decisão, os 5906 votos de Wagner poderão ser anulados ou contabilizados, definindo assim, quem assume a administração de Paraisópolis.
Enquanto aguardam a posição da justiça eleitoral, ambos os candidatos com a possibilidade de assumir o Executivo no que vem defendem o diálogo com o povo e a democracia.
Wagner diz ter se candidatado por um “pedido do povo”. Ele está tranquilo com a decisão e indignado com a postura adversária que segundo ele teria objetivado denegrir sua imagem política custando a ele de 1500 a 2000 votos a menos no pleito.
A candidata Silvinha, define sua candidatura como corajosa, “é a realização de um sonho”. Para ela, a atual situação será resolvida da melhor maneira possível e que “o adversário político encontra-se nessa situação, por livre escolha e o povo não pode pagar por isso”, afirma.

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