segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Superintendência considera número de pais insuficiente e aprova construção de quadra em Paraisópolis


O FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação liberou uma verba no valor de R$164 mil para a construção de uma quadra na escola estadual Eulália Gomes de Oliveira em Paraisópolis. Porém, o projeto apresentado pelo MEC de ‘quadra tipo 4’ não atende às necessidades da escola sendo que o espaço para construção seria de 15 metros, sem descontar o espaço utilizado para banheiros e palco. Para alguns membros da escola o espaço é insuficiente para realizar as atividades com classes de até 40 alunos.

No dia seis de setembro, uma assembléia foi convocada para que a comunidade decidisse entre a construção ou a devolução da verba. Caso o dinheiro fosse devolvido, a escola pleitearia outra, apenas para a cobertura do pátio, tornando o espaço físico para jogo, maior.

Na ocasião, Henrique, responsável pela empresa vencedora da licitação apresentou o projeto e os pais, funcionários e alunos maiores de 18 anos, puderam votar.

Entre os alunos, os três maiores de idade, votarem contra e entre os pais, de 20, 14 foram a contra e seis a favor. O número de funcionários e professores não foi informado.

Apesar dos dados, Wagner Alexandre de Oliveira da superintendência regional de ensino de Itajubá, que esteve presente no anúncio da liberação da verba, mas não pode comparecer no dia da reunião, afirmou que o número foi insuficiente e definiu que a obra tivesse início.

A diretora da escola Rosemara, assinou a documentação no dia 10 de setembro e aguarda a liberação para que a construção comece. O prazo é de 150 dias para conclusão. Ela está satisfeita com a decisão e afirma que foi democrática permitindo a assembléia.

Por outro lado, professores e alunos estão descontentes com o resultado. Laura Lagoa, professora de educação física, solicitou a SRE – Superintendência Regional de Ensino, a lei que determina o número para tornar a assembléia válida, porém, até o momento não recebeu: “a construção não é ilegal, mas é imoral”, explica ela.  Além disso, também pediu que fosse feita uma reunião com o colegiado, mas, apenas a assembléia foi realizada.

A decisão de contrariar a posição da comunidade tem causado mal estar dentro da escola. Apesar de serem contra a construção da quadra, que segundo alguns professores não beneficiará em nada os alunos, são obrigados a acatar uma ordem superior. Para eles, a decisão da comunidade está sendo desrespeitada.

A supervisora da escola e ex diretora, Fátima Souza compartilha dessa opinião. Para ela além da quadra não ser funcional a decisão de construção foi precipitada: “tinha que ter mais diálogo e a vontade dos professores deveria ter sido respeitada”, explica. Ela diz isso com base nos números: “a maioria dos professores, alunos e funcionários são contra. Só quem vai utilizar a quadra sabe se ela atende ou não às necessidades”, afirma.

Fátima lembra que existe um projeto de quadra ideal de aproximadamente R$194 mil que teria sido elaborado e enviado para a superintendência há alguns anos. A partir dele, a necessidade da quadra passou a ser analisada. Porém, não se sabe onde parou esse projeto.  Ela confirma que o colegiado não foi convocado e diz que quem sabe com uma posição formal dos membros, a comunidade teria mais força para dialogar.

A diretora atual, Rosemana Ribeiro, lembra que a quadra poliesportiva professor Helcias Rocha localizada próxima a escola, está à disposição para uso caso haja necessidade de um espaço maior para atividades. Para alguns professores esse fato, confirma a não funcionalidade da construção da quadra, já que o deslocamento se fará necessário. No entanto, Felipe Toledo, aluno da escola diz que nunca fez aulas no poli e que em dias de chuva, são dadas atividades escritas em sala de aula. Mesmo assim ele defende que prefere continuar como está a ter aulas em espaço tão reduzido.


 

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