Uma verba no valor de R$164 mil foi liberada
pelo FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação, para a construção de uma quadra
coberta, estruturada com arquibancadas, palco e banheiros na escola Estadual ‘Eulália
Gomes de Oliveira’, em Paraisópolis. O problema é que a estrutura do projeto
apresentado pelo MEC não atende às reais necessidades da escola que conta com
turmas de até 40 alunos por classe.
A planta apresentada, apesar de
muito boa, limita o espaço físico de jogo por conter palcos e banheiros. O
terreno disponível para construção tem 17 metros, sendo que apenas 15 metros
correspondem a quadra, isso sem descontar a área de recuo, dos banheiros e do palco.
Caso seja construída, por ser uma obra do estado não poderão ser executadas
modificações como foi dito pela Secretaria de Educação de Itajubá, de onde
Paraisópolis é subordinada.
Para discutir o assunto, foi
convocada uma assembléia entre pais, funcionários, professores e alunos no dia
seis de setembro. Esteve presente também, o engenheiro Henrique, responsável
pela empresa vencedora da licitação, que apresentou o projeto alegando sua
viabilidade. Em contrapartida, os professores de educação física Laura e Pedro,
expuseram as reais condições de aulas. Laura atua como professora na Eulália há
11 anos e conhece de perto a luta para conseguir a verba, porém atesta a
impossibilidade de trabalhar com um grande número de alunos em um espaço tão
reduzido. Pedro, acostumado com o dia a dia na escola garante que o projeto não
atende a realidade escolar: “não precisamos de banheiro na quadra e palco,
precisamos de um espaço coberto para trabalhar. Não trabalho com alunos dentro
do banheiro”, explica ele.
Dadas as circunstâncias, a escola
pleiteia a devolução da verba e solicitaram a construção apenas de um pátio
coberto, sem nenhum dos recursos oferecidos no interior. Apesar de saberem das
dificuldades que serão mais uma vez encontradas, os professores optaram por
essa decisão, já que a quadra não trará os benefícios esperados.
A diretora Rosemara assinou um
termo de compromisso em maio desse ano na presença de Ana Lúcia Gazola Secretária Estadual da Educação. Em julho, aconteceu o processo de
licitação. A Empresa Guanandi saiu vencedora e ficou responsável por arquitetar o
projeto.
Como representante da escola, a diretora foi em busca da
democracia: “eu, como diretora, não devolvo verba quem devolve é a comunidade.
Não vou assinar a devolução”. A quadra é ruim? É. Vem outra verba? Não sei”,
explica ela, preocupada com a decisão.
Outra preocupação é com relação ao prazo de início das obras que
já está correndo: “a decisão precisa
ser tomada com urgência”, afirma ela.
Os alunos que estavam presentes
na reunião são unânimes: “preferimos jogar no sol que em uma quadra menor do
que essa”.
Wagner Alexandre de
Oliveira da superintendência regional de
ensino de Itajubá, que esteve presente no anúncio da liberação da verba, não
pode comparecer no dia da reunião.
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