Na manhã do dia 25 de janeiro, a chuva deu uma trégua e um solzinho tímido, ainda entre nuvens, meio saldar a aniversariante, Paraíso.
Autoridades do município subiram na Concha Acústica para acompanhar o hasteamento dos pavilhões ao som da Fanfarra Municipal. Foram executados os hinos, Nacional e de Paraisópolis, composto por Braz Aparecido.
Com um discurso firme e ousado, o mestre de cerimônia Alfredo Paiva conduziu a solenidade. Logo no início citou uma frase do poeta e historiador João Lopes de Paiva que diz: “Talvez Paraisópolis seja uma das únicas cidades do sul de Minas que não sabe contar sua história”. A frase impactante consta no único livro sobre a história de Paraisópolis. A reprodução dessas palavras veio seguida de uma ideia: “quem sabe, daqui alguns anos, haverá um novo livro sobre nossa história e nele estará escrito que Paraisópolis, hoje, é uma cidade que preserva sua memória e se orgulha dela”. O discurso é uma tentativa de conscientizar os paraisopolenses da importância de reconhecer e saber contar suas raízes que guardam não só a história mais a identidade de um povo.
E claro que nessa festa de aniversário não poderia faltar o ingrediente principal dessa história. O vento! Paraíso é historicamente reconhecida como a ‘Terra do Vento’. O motivo é estar geograficamente posicionada em uma área de grande fluxo de ar que é canalizado pelas tortuosas serras da Mantiqueira.
Muitas outras referências foram feitas na manhã da quarta-feira. O sopro dos querubins na bandeira da cidade, Amílcar de Castro ao lado de Ferreira Goulart, ajudou a criar o movimento Neoconcretista, as privilegiadas quituteiras e cozinheiras da cidade como a Dona Sebastiana famosa por seus torresmos e claro, não poderia faltar o famoso pastel do Mercado Municipal e os belíssimos ipês amarelos que nos presenteiam em setembro.
Esses são apenas alguns itens de uma vasta história, cheia de detalhes que juntos constroem uma identidade.
Outro setor bastante lembrado durante o evento foi o turismo que vem crescendo a cada dia com a passagem do Caminho da Fé. Esse caminho de peregrinação que passa por Paraisópolis, faz parte do roteiro religioso dedicado à Nossa Senhora Aparecida em que peregrinos percorrem dezenas de quilômetros em estradas até a Basílica de Aparecida - SP. É através desse caminho em meio as montanhas da Serra da Mantiqueira que surgiu a tradicional Ultramaratona Brazil-135. São 217 quilômetros que fazem dessa uma das três mais difíceis do mundo. Uma das provas é realizada no gelo na divisa entre os Estados Unidos e o Canadá. Outra no deserto de Nevada, também nos Estados Unidos e a BR 135 nas montanhas da ‘Serra da Mantiqueira’. O percurso se inicia no município de São João da Boa Vista-SP e termina na Praça da Igreja Matriz de Paraisópolis.
O município de Paraisópolis tem uma história e precisa ser resgatada e contada. E foi esse o principal objetivo da cerimônia do dia 25 de janeiro.
Parabéns Paraisópolis!
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