Uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) alerta para o risco que sachês de catchup, maionese e mostarda trazem à saúde.
Para constatar a contaminação foram analisadas 250 amostras do produto. Destas, 82% estavam contaminadas por bactérias, 70% continham fungos e 10% foi detectada a presença de coliformes fecais.
O risco de contaminação por essas bactérias acontece quando o consumidor leva esse tipo de embalagem à boca para abrir. O mesmo foi constatado em saquinhos de mel, doce de leite e sucos. O principal erro dos fabricantes, segundo o Microbiologista da UFRJ, Marco Antônio Lemos Miguel está na armazenagem e manipulação das embalagens que permitem contato com animais.
As doenças causadas por germes podem ser transmitidas por insetos e roedores, água ou mãos contaminadas. A contaminação pode causar desde efeitos brandos, como desconforto intestinal até gastroenterites, doenças intestinais, como o rotavírus, ou hepatite, infecções, micoses e até câncer hepático provocado por toxinas. Em casos mais graves, pode levar o consumidor a morte.
O estudante de administração Renato Santos, diz que já teve problemas de contaminação: “cheguei a ficar internado uma semana por conta de uma infecção causada por bactérias”. Na opinião dele certos condimentos que facilitam a contaminação deveriam ser retirados do mercado. O estudante recorda um caso grave de contaminação: “uma amiga faleceu alguns dias após se contaminar com a bactéria”. Ele explica que na época ficou comprovada a infecção e diagnosticada a presença de salmonella em um bolo salgado que a jovem havia ingerido.
Essa doença é transmitida ao homem através da ingestão de alimentos contaminados com fezes animais. Uma das complicações mais graves é a difusão da infecção para o sangue e daí para outros tecidos, o que pode causar a morte caso a pessoa não seja rapidamente tratada.
Algumas pessoas ainda consideram o risco de contaminação baixo e não se preocupam tanto. É o caso do estudante de engenharia elétrica Alfredo Barbosa. Ele conta que é uma questão de saber onde comer: “não como em lugares desconhecidos, e procuro não abrir saches com a boca”. Ele diz que a maionese caseira também foi motivo de alarde um tempo atrás por riscos à saúde: “eu não deixei de comer mesmo sabendo dos riscos”, explica. E com um tom de brincadeira finaliza: “talvez eu passe a limpar o sache no guardanapo me iludindo com a proteção dessa atitude”, comenta.
Carlos Alberto Venésio Gomes é técnico em vigilância sanitária, e segundo ele a solução para acabar com o problema de higiene é a educação sanitária: “conscientização não só dos produtores e fornecedores, mas principalmente dos consumidores”, afirma.
Existe desde 2004, uma Resolução da ANVISA a Nº.216, que preve treinamento e capacitação para os manipuladores e dos patrões de estabelecimentos de alimentos mas de acordo com o agente, para minimizar o problema não basta a fiscalização e a punição, mas sim a evolução através da educação e conscientização.
Ele explica que a proliferação das bactérias se dá se forma assexuada e necessita de condições ideais com umidade e temperatura: “as bactérias tem um "crescimento", multiplicação, em exponencial, por bipartição, onde 10 transformam-se em 20, 20 em 40, 40 em 80, 80 em 160, e assim por diante em fração de segundos”, conta.
A fiscalização fica a cargo da Vigilância Sanitária no comércio varejista e na produção e fabricação pela ANVISA ou órgãos municipalizados.
0 comentários:
Postar um comentário