Cerca de 50 estudantes do curso de medicina na Universidade do Vale do Sapucaí, se reuniram na tarde do dia dois de dezembro, centro da cidade em uma manifestação contra o aumento no valor da mensalidade. Os acadêmicos caminharam em protesto carregando cartazes.
Com o reajuste de 8,5% em 2012, as mensalidades custarão para acadêmicos veteranos R$ 3.649,00 e o acréscimo de 12% para ingressantes, passando para o valor de R$ 3.762,00.
Outros cursos da faculdade de ‘Ciências da Saúde Dr. José Antonio Coutinho’, também sofreram reajuste. Em farmácia e enfermagem o aumento foi de 8%. Já os cursos de psicologia, nutrição e fisioterapia não sofreram nenhum tipo de aumento.
Lucas Bertoldi, presidente do ‘Diretório Acadêmico Dr. Jésus Ribeiro Pires’ diz que o curso de medicina vem sofrendo reajustes constantemente: “no ano de 2008 a mensalidade era de 2.745 reais e no ano de 2012 para os ingressantes a mensalidade será 3.767 reais, estamos diante de um aumento de 27 por cento em três anos”, explica. Para ele o aumento significativo serve para suprir um déficit deixado por outras instâncias da Universidade.
Como representante dos alunos, ele explica que é essencial uma instituição filantrópica divulgar a planilha de gastos em meios de comunicação públicos, para que o corpo docente e discente possa saber onde o dinheiro está sendo investido. Segundo ele os alunos não têm conhecimento do emprego das mensalidades: “não sabermos se há melhoria de infra-estrutura, na qualificação de professores e em outros gastos essenciais para manter a excelência da Instituição”, conta.
Outra reclamação consiste na mensalidade dos alunos do 5° e 6º anos. Lucas diz que “a carga horária nesse período é destinada à prática, no Hospital, as aulas teóricas são mais restritas e por isso não achamos justo que paguem o mesmo preço que os alunos em ciclo básico, que possuem aulas todos os dias em período integral”, explica.
Antes da manifestação, os representantes entraram em contato com a diretoria. Na ocasião foi entregue uma carta contendo as críticas de cada ano sintetizadas pelos próprios alunos, pontos de discussão, propostas e questionamento.
Todo o movimento foi aprovado pelos alunos durante duas assembléias gerais ocorridas dos dias 17 e 24 de novembro, convocadas de acordo com o estatuto do diretório.
Os cursos de medicina de Pouso Alegre e Itajubá terão de reduzir o número de vagas para 2012. O motivo é o fraco desempenho que essas instituições tiveram na avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
As duas faculdades do Sul de Minas tiraram apenas nota dois. A faculdade de Itajubá oferecia 100 vagas e agora poderá oferecer apenas 60 para o próximo ano. Já em Pouso Alegre, o número de vagas deverá cair de 70 para 40, segundo o Ministério da Educação.
Os representantes do D.A não vêem relação do aumento com o fraco desempenho dos acadêmicos, visto que o anúncio do aumento foi feito antes da divulgação do resultado da prova do MEC.
Lucas ressalta que o diretório não concorda que o ENADE seja uma prova capaz de avaliar com precisão se uma Faculdade é de qualidade ou não e afirma: “a Faculdade de Medicina de Pouso Alegre possui um Hospital Escola Modelo que forma médicos de qualidade, os alunos que fizeram a prova do ENADE ano passado, em sua maioria, estão ocupando vagas de Residência concorridas pelo país”. Para ele o mau desempenho na última prova foi o adiamento da Prova do MEC e explica: “a prova ocorreu no dia imediatamente após a formatura, ou seja, os alunos que prestaram a prova, horas antes estavam na própria festa de Formatura tendo poucas condições de fazerem a prova de maneira satisfatória”, argumenta.
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