quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Após denúncia, hospital de Paraisópolis estuda mudanças em carnê





[Matéria publicada pelo Jornal - Gazeta do Vale]

No ano de 2009 veio a público após denúncia de Paulo Arthur Gonçalves, irregularidades presentes na forma em que eram disponibilizados os carnês do hospital de Paraisópolis à população.
Na época o carnê foi considerado irregular por não conter um estatuto constando os direitos e deveres do paciente, enquanto contribuinte.
Ao pagar a mensalidade, obtinha-se direito a uma consulta e um exame laboratorial por mês. Qualquer procedimento além desses dois, era cobrado como particular.

Paulo Arthur passou a despertar preocupação em relação à disponibilidade da saúde pública na cidade, quando conviveu com o caso de uma funcionária dele, que precisou recorrer a uma cirurgia de varizes no ano passado.
O procedimento foi pago como particular, não sendo aceita realização pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Após inúmeras divergências Paulo encaminhou o caso ao CRM (Conselho Regional de Medicina), passando após, para o CFM (Conselho Federal de Medicina) e enfim não obtendo êxito encaminhou o caso a Promotoria de Paraisópolis.

Após avaliação, o carnê foi considerado irregular, sendo suspensas as atividades do mesmo.
Após ser apontado negativamente como o autor da denúncia, Paulo Arthur convocou uma assembléia, propondo em ATA, mudanças no estatuto, tornando válida a atividade de arrecadação de fundos do hospital.


A primeira mudança é a de que exames, consultas ou qualquer outro procedimento será cobrado de acordo com a tabela AMB (Associação Médica Brasileira), que está disponível na internet, ao alcance de todos. Estuda-se uma maneira de disponibilizá-la de uma forma que seja melhor compreendida pela população, já que são utilizados termos técnicos na tabela.
Paulo Arthur cita o exemplo do parto normal, para mostrar os benefícios do novo sistema: “passaria de R$ 1.000 para apenas R$ 350,00”.
O corpo clínico deve assinar um termo concordando com os novos procedimentos, inclusive o de atender todas as consultas necessárias durante o expediente.
Para colocar a saúde ao alcance de todos, Paulo propôs também, que fossem criados contratos ou financiamentos bancários, para pagamentos ao hospital.

Paulo Arthur considera que foi bom ser responsabilizado, alegando que só assim uma providência foi tomada “Deus escreve certo por linhas tortas”.


E para finalizar a entrevista Paulo deixa uma pergunta: “Se a polícia prende o ladrão, de quem é a culpa”?

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