Após ser acusada de descumprir
normas e oferecer ônibus em condições precárias para os estudantes da linha
Paraisópolis x Itajubá, a empresa Viação Santa Rita se coloca à disposição para
esclarecer todos os fatos.
Na reportagem publicada na edição
número 08 microrregional, a mesma foi citada em inúmeras reclamações feitas por
estudantes, inclusive registradas em um boletim de ocorrência feito no dia 15
de maio. Após a recorrência dos fatos a Prefeitura Municipal por meio dos
departamentos, jurídico e de educação notificaram a empresa nos dias 17 e 29 de
maio. Por sua vez, o responsável pela unidade de Paraisópolis, Ivan Azevedo, apresentou
outra versão para os fatos.
Ele confirma algumas falhas
mecânicas, porém, afirma que todas foram facilmente solucionadas. Ainda com
relação aos problemas apresentados no veículo, ele menciona que segundo a ANTT
- Agência Nacional de
Transportes Terrestres “caso ocorra interrupção da viagem por defeito do veículo, a
empresa tem até três horas para providenciar a continuação da viagem”. Sendo
assim, os 25 minutos que de acordo com ele foi o tempo para solucionar o
problema que originou o B.O é bastante inferior ao previsto. No caso de
Itajubá, a empresa de imediato disponibilizou duas vans da cidade para socorrer.
A empresa ainda reembolsou o valor do taxi gasto por quatro alunos.
Sobre o boletim registrado, para o responsável não
caracteriza o fato como verdade sem que haja uma apuração.
Outro item na lista de reclamações é com relação ao à fixação
do valor de R$41,10 no boleto emitido previamente. Ele explica que foi feito um
cálculo com base no calendário letivo, sendo o ato realizado em comum acordo
com estudantes no início do ano. Qualquer variação nesses dias, sendo inferior
ao calculado, esse valor será revertido ao estudante.
Sobre a substituição dos ônibus, ele diz que consta no
contrato de licitação que não há nada que o impeça de fazer a troca temporária
do carro, sem que haja um aviso prévio. Apenas é necessário formalizar essa
troca caso ela seja definitiva.
Na oportunidade da entrevista, Ivan apresentou documentos que
garantem o bom estado da frota: “as condições de todos os veículos são atestadas pelo INMETRO a cada
seis meses e os
ônibus passam por dois tipos de manutenção, a preventiva e a corretiva”,
explica. Esse item foi citado para esclarecer o termo
utilizado pelos alunos de que a empresa contratada estaria “disponibilizando
ônibus sem a menor condição de realizar viagens, colocando em risco a segurança
daqueles que usufruem do serviço de transporte intermunicipal universitário”.
As cópias de todos esses documentos estão arquivadas na
Prefeitura juntamente com o processo licitatório. Além disso, pode ser
encontrado nos registros dos órgãos competentes de fiscalização: “tudo isso é
cobrado, são requisitos de habilitação e qualificação técnica exigidos no
processo de licitação”, esclarece.
O fator de risco apresentado pelos estudantes com relação ao
local onde esperam a condução, para Ivam também não procede, visto que
estacionar em frente à faculdade é a melhor opção na localidade e segundo ele,
a empresa cumpre o que foi exigido no processo licitatório: “a contratada tem
como remuneração a quilometragem rodada com início na rodoviária velha de
Paraisópolis e finalizando na universidade UNIPAC e FEPI e retorno pela mesma
trajetória em sentido inverso.” O funcionário relata que a empresa não tem
obrigação sequer de permitir a permanência dos alunos no interior do veículo
antes do horário, porém ele diz que tem consciência de que o local é isolado,
portando permite o embarque a qualquer momento: “nós entendemos que enquanto
estiver dentro do ônibus está seguro, mas, se o aluno entender que não, e vier
a causar transtorno com isso, só irá embarcar 10 minutos antes”, argumenta.
As duas notificações emitidas pela Prefeitura foram
respondidas pela Viação após a publicação da matéria. Segundo os advogados
responsáveis pelo departamento jurídico, Daniela Almeida e Rodrigo Braga, já
receberam o retorno das notificações.
Se atendo à lei e ás clausulas do contrato licitatório, o
responsável afirma que em uma das notificações, a empresa sofreu ameaça de
rescisão contratual por conta de ‘em tese’ as reclamações, segundo ele, sem fundamento: “o poder público pode cancelar
o contrato desde que apuradas as denuncias por meio de um processo
administrativo”, lembra. Para ela, há que se ter responsabilidade entes de mais
nada: “cada ônibus desse custa em média R$300 mil, foi um investimento feito
pra prestar serviço e que será amortizado ao longo dos anos, não é simplesmente
cortar o contrato”, argumenta.
Uma reunião foi realizada no dia 19 de junho entre
representantes da empresa e dos ônibus que fazem a linha de Itajubá. Ficaram
esclarecidos alguns detalhes que têm impedido uma boa convivência entre a
prestadora de serviços e os usuários.
Para o representante da empresa, as reclamações tomaram uma
proporção exagerada: “problemas existem em qualquer empresa principalmente as
que lidam com máquinas suscetíveis a apresentar falhas, porém todos os
problemas mecânicos foram facilmente solucionados”, afirma. A empresa está à
disposição para receber reclamações desde que fundamentadas: “a Viação Santa
Rita é uma empresa com mais de 15 anos de mercado e não construímos essa
história brincando com clientes. Estamos aqui para prestar o melhor serviço e
queremos como retorno a satisfação dos usuários”, explica. Para ele qualquer
ponto negativo seja do veículo, do serviço oferecido ou mesmo de funcionários
deve ser levado ao conhecimento da empresa para averiguação. Caso seja
comprovada a ineficácia em algum setor, providências serão tomadas.
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