A conta de luz dos mineiros ficou 3,85% mais cara
depois da ‘Semana Santa’. O reajuste definido pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) é maior do que o valor sugerido pela distribuidora
de energia em Minas Gerais, fixado em 3,05%.
Para
os consumidores atendidos em baixa tensão, como as residências, o aumento é de
3,88%, enquanto para os clientes da alta tensão, como as indústrias, a alta é
de 3,79%.
A Cemig tem 96%
da área de concessão em Minas Gerais, atendendo cerca de sete milhões de
consumidores e presente em 774 municípios.
As novas tarifas passaram a valer
a partir do dia oito de abril, porém o consumidor só irá perceber plenamente
essa variação na fatura de maio. Dependendo da data de fechamento da conta de
energia, alguns consumidores irão pagar, já em abril, uma parte referente ao
valor reajustado.
De 2007 a 2012, as tarifas dos
consumidores residenciais tiveram uma redução acumulada de –6,98%, enquanto no
mesmo período a inflação medida pelo IGP-M teve uma variação positiva de 35%.
Após esse reajuste, as tarifas da Cemig encontram-se na 16ª posição no ranking
da Aneel, dentre 63 distribuidoras do país.
A assessoria de comunicação da
Cemig, através de Maria de Fátima Fernandes Valias, explica que entre outros
fatores, um dos principais responsáveis por esse aumento é a grande área de
concessão da Cemig no Estado, de (578,4 mil km²), maior extensão de rede da
América do Sul. “Isso acarreta aumento no volume de investimentos e alto custo
de operação e manutenção das linhas e redes de distribuição”, explica a
assessoria. Além disso, afirmam que o consumo médio dos consumidores
residenciais da Cemig é muito baixo: “122 kWh/mês”.
Ela ainda explica que do valor
cobrado na tarifa, apenas 30% ficam na Cemig e se destinam a remunerar o
investimento, cobrir a depreciação e os custos operacionais da Concessionária.
Os demais 70% são repassados para cobrir encargos setoriais (9%), tributos
(25%), energia comprada (30%) e encargos de transmissão (6%).
Outros itens impactaram no
reajuste deste ano, de acordo com a Cemig:
redução de 51,5% na Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), subsídio
para geração térmica em sistemas isolados localizados na região Norte do País,
o aumento de 25% no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica (Proinfa), o aumento de 11,7% em encargos de transmissão e a elevação
de 8,3%, no valor da energia comprada.
Destaca-se que a cobertura para
os custos operacionais da distribuidora sofreu uma variação de apenas 3,8%, em
relação a 2011, diante de uma variação da inflação medida pelo IPCA de 5,5%.
Apesar
de todos esses encargos em 2011 a Cemig anunciou lucro líquido de R$ 2,4
bilhões. O maior da história da Companhia Energética.
Você sabia?
Conforme determina a
Constituição Federal, a Cemig é obrigada a realizar a cobrança de tributos
diretamente na conta do consumidor e repassá-los às autoridades competentes. Os
tributos PIS/Pasep e Cofins são exemplos de contribuições cobradas diretamente
na conta, destinadas a manter programas sociais do governo federal, além dos
voltados para o trabalhador. O ICMS, um tributo estadual, é cobrado diretamente
na fatura do consumidor e repassado integralmente ao governo estadual. No caso
de Minas Gerais, os consumidores residenciais com consumo até 90 kWh/mês,
isentos desse tributo estadual, representam cerca de 2,7 milhões do total de
5,8 milhões de famílias atendidas pela Cemig.
Também é cobrada a
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP), definida pela
administração municipal. A Cemig apenas arrecada essa taxa de iluminação
pública e a repassa para o município. O pagamento desse tributo pelo consumidor
atribui às prefeituras municipais a responsabilidade pelos serviços de projeto,
implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação
pública.
Agência Nacional de Energia Elétrica
A
Aneel é um órgão fiscalizador do Governo, e tem como missão
proporcionar condições favoráveis, para que o mercado de energia elétrica
se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade. Cabe
a ela garantir tarifas justas e zelar pela qualidade do serviço oferecido
à população.
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