quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sílvia acredita que Lei da Ficha Limpa fez valer a democracia em ‘Paraíso’



Sílvia Renata Teixeira Rodrigues (PT) obteve 5.856 votos nas eleições de outubro em Paraisópolis – 50 votos a menos do que o primeiro colocado nas urnas, Wagner Ribeiro Barros (PSB). Porém, o candidato e ex-prefeito conhecido como Wagão teve a candidatura indeferida às vésperas do pleito e foi impedido de assumir o cargo devido à rejeição das contas públicas de seu mandato em 2004 pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A rejeição das contas caracteriza improbidade administrativa e enquadra o candidato na Lei da Ficha Limpa.
Antes das eleições, o candidato indeferido teve seu registro de candidatura negado em primeira instância na comarca e recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em Belo Horizonte, onde cinco juízes votaram contra seus recursos. Ainda no TRE, Wagão entrou com embargos declaratórios e perdeu por unanimidade. Wagner entrou ainda com recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que negou novamente o pedido em Brasília, no dia 21 de novembro. A decisão dá à petista Sílvia o direito de assumir a Prefeitura em 2013. A diplomação da nova prefeita de Paraisópolis está prevista para o dia 7 de dezembro.

O que tornou possível, em Paraisópolis, a união de PT e PSDB, rivais na política estadual e nacional há quase duas décadas?
Sílvia – O principal motivo é o bem de Paraisópolis. São dois partidos sérios e bastantes participativos na política nacional. Tínhamos pensamentos e objetivos em comum, queríamos dar continuidade a uma administração séria, organizada, planejada e honesta, por isso o PT e o PSDB de Paraisópolis se uniram. PT e PSDB são vistos na política nacional de maneira antagônica, mas aqui não, aqui têm objetivos em comum.
Como você lida com a questão de a parcela da população que teve seus votos anulados reclamar de falta de democracia?
Sílvia – Algumas coisas vêm naturalmente. Foi uma situação inusitada o que aconteceu em Paraisópolis e eu a tratarei como trataria se tivesse tido 100% dos votos. Vou fazer uma administração para todos, preocupada com os problemas do município, não verificando as pessoas que possivelmente não votaram em mim. No entanto, a situação aqui de Paraisópolis, a situação da Lei da Ficha Limpa, para mim não foi surpresa alguma e esperaria que o povo também verificasse dessa maneira. A democracia brasileira não foi deixada de lado em Paraisópolis. A Lei da Ficha Limpa, com mais de 5 milhões de assinaturas – inclusive eu assinei – foi colocada na Constituição. Então a democracia não deixou de existir em Paraisópolis, ela foi um exemplo para a democracia brasileira, que hoje espera políticos com a ficha limpa.
A senhora já escolheu o secretariado que irá compor o seu governo?
Sílvia – Já estou com uma equipe de transição, independentemente de trabalhar ou não nos departamentos já existentes no município, mas que já está trabalhando comigo voluntariamente, mas com muita dedicação e competência. A partir do diagnóstico, vou sentar, organizar, fazer um organograma baseado no meu modo de administrar e poderei colocar as pessoas que eu considero ideais em cada local.
Qual será o carro-chefe de sua administração?
Sílvia – A demanda durante a campanha que eu percebi, onde estão os maiores pedidos e reclamações do cidadão de Paraisópolis, são emprego e saúde. Então, com certeza, esses dois pontos serão bastantes trabalhados em minha administração, não deixando de lado os demais. Tem muita coisa para ser olhada. Hoje estou conhecendo a dimensão de tudo isso. A transição está sendo muito importante porque eu estou, além de aprendendo, tomando conhecimento de toda essa problemática de uma administração pública. Mas, [para cumprir] o que eu prometi em todos os meus discursos, a partir do dia 1º de janeiro estarei 24 horas à disposição de Paraisópolis, trabalhando com afinco.

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