Entrevista com o Dr. Aidecivaldo Fernandes de Jesus, Médico-Psiquiatra, membro da equipe de saúde mental e delegado Estadual por Minas Gerais da IV Conferencia Nacional de Saúde Mental – Intersetorial, que aconteceu entre os dias 27 e 1° de julho em Brasília.
Gazeta: O que é uma Conferência Nacional e Saúde Mental?
Doutor: Periodicamente reúnem-se em Brasília, representantes de todos os serviços, instituições, seguimentos e setores envolvidos com a Saúde Mental para discutir as propostas vigentes no país, reavaliar as necessidades e projetar as possibilidades de melhorias ao atendimento dado aos portadores de transtornos mentais e seus familiares. Este evento é decorrente de uma etapa municipal ou regional e outra etapa estadual. O relatório final, construído no evento, contempla as diversidades, necessidades, potencialidades e divergências da Saúde Mental brasileira, e, consequentemente é utilizado pelo governo federal para estabelecer suas diretrizes e programas direcionados ao setor.
Gazeta: Quais as repercussões dessa Conferência para os municípios?
Doutor: Nosso Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza que as três esferas do governo (municipal, estadual e federal) devem atuar em concordância de programas onde cada um tem a responsabilidade que lhe cabe para eficácia dessas propostas aos usuários. Nesse sentido todos os municípios deverão construir suas propostas locais para o setor da saúde mental coerentes com esse relatório. Inclusive, se quiser ter a possibilidade de linhas de financiamento e recursos federais para implantação dessas estratégias aos usuários.
Gazeta: Como foi a participação de Paraisópolis?
Doutor: Excelente. Construímos aqui propostas voltadas especificamente para os municípios com menos de 20 mil habitantes. Nossa Conferencia Microrregional foi muito produtiva, buscando ater-se a essa realidade dos municípios que não têm condições de, por exemplo, implantar alguns serviços, porém tem necessidades que exigem recursos os quais não temos, hoje, linhas de financiamento ou formas de “cobrar” do Estado ou da União. Ao ser eleito aqui como delegado representante assumi o compromisso de defender essa posição na etapa estadual. Em Belo Horizonte, por estar defendendo essas propostas que são direcionadas para 79% dos municípios mineiros, consegui ser eleito como Delegado Estadual por Minas Gerais e em Brasília mantive a estratégia anterior.
Gazeta: Quais as principais decisões ou conclusões?
Doutor: Foram aprovadas mais de 1200 propostas que em breve constituirão o Relatório Final. De uma maneira geral manteve-se a proposta direcionada á estratégia comunitária de ação, onde, por exemplo, não concordamos com a internação psiquiátrica de longa duração, onde valorizamos as ações na Atenção Primária e o estabelecimento dos serviços em Rede. Inclusive, quero publicamente afirmar que posso disponibilizar essas propostas a quem quiser, bem como debater sobre elas esclarecendo seu mérito.
Gazeta: E agora, como Paraíso vai se organizar para se adaptar a essas decisões?
Doutor: Já nos reunimos com o prefeito local informando as principais repercussões. Por conta disso, ele nos pediu que fizéssemos, por exemplo, um projeto com os custos para implantação de alguns dispositivos e ações locais. Ou seja, já estamos trabalhando. Nesse sentido, no mês passado estive na Câmara dos Vereadores, após a etapa em Belo Horizonte, e coloquei algumas posições. Lembro-me de dizer que, na minha opinião, Paraíso estava à frente em alguns aspectos por ter tomado algumas decisões no setor.
Gazeta: Quais as principais dificuldades?
Doutor: Por exemplo, há pessoas que nos criticam por não optarmos pelas internações psiquiátricas, por estarmos sempre tentando e investindo na comunidade, montando grupos, palestras, fazendo passeatas, etc. Dizem que isso não tem eficácia, que não estamos fazendo nada pelas famílias, que nada disso resolve e por aí vai. Entendo e compartilho do sofrimento desses familiares, me ofereço e me disponho a ajudá-los... mas não enganá-los. Internar é o último recurso que se deve fazer, sendo que os hospitais psiquiátricos, em sua grande maioria mais atrapalham que ajudam e algumas “comunidades terapêuticas” se utilizam de alguns dispositivos que são ilegais e estas não foram aceitas, na última Conferencia Nacional de Saúde Mental, como fazendo parte dos serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico.
Nossa equipe tem muita vontade, se nos deixarem trabalhar e nos derem tempo, tenho certeza de que poderemos colher bons frutos, todos nós e todos juntos.
Gazeta: O que é uma Conferência Nacional e Saúde Mental?
Doutor: Periodicamente reúnem-se em Brasília, representantes de todos os serviços, instituições, seguimentos e setores envolvidos com a Saúde Mental para discutir as propostas vigentes no país, reavaliar as necessidades e projetar as possibilidades de melhorias ao atendimento dado aos portadores de transtornos mentais e seus familiares. Este evento é decorrente de uma etapa municipal ou regional e outra etapa estadual. O relatório final, construído no evento, contempla as diversidades, necessidades, potencialidades e divergências da Saúde Mental brasileira, e, consequentemente é utilizado pelo governo federal para estabelecer suas diretrizes e programas direcionados ao setor.
Gazeta: Quais as repercussões dessa Conferência para os municípios?
Doutor: Nosso Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza que as três esferas do governo (municipal, estadual e federal) devem atuar em concordância de programas onde cada um tem a responsabilidade que lhe cabe para eficácia dessas propostas aos usuários. Nesse sentido todos os municípios deverão construir suas propostas locais para o setor da saúde mental coerentes com esse relatório. Inclusive, se quiser ter a possibilidade de linhas de financiamento e recursos federais para implantação dessas estratégias aos usuários.
Gazeta: Como foi a participação de Paraisópolis?
Doutor: Excelente. Construímos aqui propostas voltadas especificamente para os municípios com menos de 20 mil habitantes. Nossa Conferencia Microrregional foi muito produtiva, buscando ater-se a essa realidade dos municípios que não têm condições de, por exemplo, implantar alguns serviços, porém tem necessidades que exigem recursos os quais não temos, hoje, linhas de financiamento ou formas de “cobrar” do Estado ou da União. Ao ser eleito aqui como delegado representante assumi o compromisso de defender essa posição na etapa estadual. Em Belo Horizonte, por estar defendendo essas propostas que são direcionadas para 79% dos municípios mineiros, consegui ser eleito como Delegado Estadual por Minas Gerais e em Brasília mantive a estratégia anterior.
Gazeta: Quais as principais decisões ou conclusões?
Doutor: Foram aprovadas mais de 1200 propostas que em breve constituirão o Relatório Final. De uma maneira geral manteve-se a proposta direcionada á estratégia comunitária de ação, onde, por exemplo, não concordamos com a internação psiquiátrica de longa duração, onde valorizamos as ações na Atenção Primária e o estabelecimento dos serviços em Rede. Inclusive, quero publicamente afirmar que posso disponibilizar essas propostas a quem quiser, bem como debater sobre elas esclarecendo seu mérito.
Gazeta: E agora, como Paraíso vai se organizar para se adaptar a essas decisões?
Doutor: Já nos reunimos com o prefeito local informando as principais repercussões. Por conta disso, ele nos pediu que fizéssemos, por exemplo, um projeto com os custos para implantação de alguns dispositivos e ações locais. Ou seja, já estamos trabalhando. Nesse sentido, no mês passado estive na Câmara dos Vereadores, após a etapa em Belo Horizonte, e coloquei algumas posições. Lembro-me de dizer que, na minha opinião, Paraíso estava à frente em alguns aspectos por ter tomado algumas decisões no setor.
Gazeta: Quais as principais dificuldades?
Doutor: Por exemplo, há pessoas que nos criticam por não optarmos pelas internações psiquiátricas, por estarmos sempre tentando e investindo na comunidade, montando grupos, palestras, fazendo passeatas, etc. Dizem que isso não tem eficácia, que não estamos fazendo nada pelas famílias, que nada disso resolve e por aí vai. Entendo e compartilho do sofrimento desses familiares, me ofereço e me disponho a ajudá-los... mas não enganá-los. Internar é o último recurso que se deve fazer, sendo que os hospitais psiquiátricos, em sua grande maioria mais atrapalham que ajudam e algumas “comunidades terapêuticas” se utilizam de alguns dispositivos que são ilegais e estas não foram aceitas, na última Conferencia Nacional de Saúde Mental, como fazendo parte dos serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico.
Nossa equipe tem muita vontade, se nos deixarem trabalhar e nos derem tempo, tenho certeza de que poderemos colher bons frutos, todos nós e todos juntos.
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